Cenário econômico do Brasil: o que esperar dos próximos meses

28 Abril, 2020

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O cenário econômico do Brasil atual é semelhante ao do restante do mundo: paralisação das atividades, incertezas e queda dos indicadores financeiros devido à crise do coronavírus. 


Com as medidas urgentes de isolamento, distanciamento social e lockdown para conter a disseminação do vírus, grande parte da economia se encontra em estado de estagnação — e as consequências dessa interrupção abrupta ainda não são claras.


Felizmente, a tão esperada resposta política já é realidade no país, com um pacote bilionário de estímulos à economia anunciado pelo governo. 


Este artigo é dedicado ao efeito desse e outros programas emergenciais no mundo todo, assim como as perspectivas para o cenário econômico do Brasil nos próximos meses.


Leia com atenção e tome as decisões corretas para enfrentar a crise.


Cenário econômico do Brasil na crise do coronavírus 

O cenário econômico do Brasil já apresenta os impactos da crise do coronavírus e caminha para uma recessão sem precedentes. 


De acordo com a previsão do Banco Mundial anunciada em abril de 2020, o país deve sofrer uma retração de 5% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, comparado à queda média de 4,6% para a América Latina.


As projeções ainda apontam a redução do consumo interno, impacto negativo na produtividade e aumento da taxa de desemprego, além do aumento da mortalidade empresarial e queda de investimentos.


Diante de ameaças tão sérias, o governo e a sociedade despertaram para a necessidade de ir além da saúde e olhar também para a economia.


Afinal, como diz o economista e fundador da Gerencial Auditoria e Consultoria José Luiz Machado, em transmissão em vídeo para seguidores e clientes, “o remédio pode virar veneno” se as atividades econômicas não receberem a devida atenção.


É claro que a prioridade é salvar vidas e combater o coronavírus, mas a saúde e sustentabilidade econômicas também são pontos-chave para a sobrevivência dos brasileiros. 


Como outros países estão enfrentando a crise

Para lidar com o cenário econômico do Brasil em meio à pandemia global, podemos nos inspirar nas medidas que outros governos vêm tomando para apoiar empresas e consumidores.


Veja alguns exemplos que vale a pena seguir. 


Estados Unidos


Os Estados Unidos têm liderado a lista de países exemplares no combate à crise do coronavírus, com programas de estímulo à economia que já superam US$ 3 trilhões. 


Em 25 de março de 2020, o governo norte-americano anunciou um plano federal de US$ 2 trilhões para aliviar as consequências da pandemia, prevendo remuneração direta à população, dinheiro para estados e programas para empresas.


Outras medidas foram a redução de impostos adiamento do pagamento de tributo, além de uma compra de US$ 375 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 250 bilhões em títulos hipotecários pelo Federal Reserve (FED) dos EUA, conforme divulgado na Valor Investe.


O banco central americano ainda divulgou que “esforços agressivos precisam ser tomados em todo o setor público e privado para limitar as perdas de empregos e renda, e para promover uma recuperação rápida quando os distúrbios passarem”.


Além disso, anunciou o lançamento de três novas linhas de crédito para dar suporte a empresas e consumidores.


Europa


Na Europa, os pacotes de estímulos à economia já ultrapassam a cifra de € 1,8 trilhão, considerando os programas emergenciais de países como Espanha, França, Alemanha e Itália. 


Na Espanha, por exemplo, foram liberados € 200 bi, e na França € 45 bilhões para socorrer a economia. 


Além disso, qualquer país da da zona do euro poderá recorrer a uma linha de crédito chamada Mecanismo de Estabilização Europeu (MEE), no valor de até 2% de seu PIB, caso o fundo emergencial da UE seja aprovado. 


Japão


O Japão também anunciou seu pacote bilionário de emergência, que chega a quase US$ 1 trilhão, ou 20% do PIB do país. 


O pacote destina uma parte dos recursos para empresas e outra para os cidadãos, além de incluir medidas de adiamento de impostos e concessão de crédito. 


A resposta política para o cenário econômico do Brasil

Em relação ao cenário econômico do Brasil, o Ministro da Economia Paulo Guedes já havia anunciado um pacote de R$ 147,3 bilhões para combater o impacto do coronavírus em março de 2020.


Em abril de 2020, o valor projetado chegou a R$ 750 bilhões, distribuídos da seguinte forma:


-R$ 200 bilhões de liberação de depósitos compulsórios pelo Banco Central

-R$ 147 bilhões de antecipação de 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, abono salarial

-R$ 3 bilhões para ampliação do Bolsa Família

-R$ 35 bilhões do BNDES para rolagem de empréstimos de empresas

-R$ 21 bilhões de destinação do PIS/PASEP para o FGTS, para liberação do fundo de garantia

-R$ 70 bilhões em linha de crédito e rolagem de empréstimos da Caixa Econômica Federal

-R$ 88 bilhões para Estados

-R$ 36 bilhões para cobrir salários de empregados

-R$ 80 bilhões para ajudar autônomos (R$ 20 bilhões ao mês)

-R$ 20 bilhões extras a serem anunciados pelo BNDES para empréstimo a empresas

-R$ 30 bilhões extras a serem anunciados pela Caixa Econômica Federal

-R$ 20 bilhões para a folha de pagamento de empresas, capital de giro para empresas que comprovem não conseguir arcar com a folha de pagamento.


O que esperar do cenário econômico do Brasil

Como vimos, o cenário econômico do Brasil tem os mesmos desafios de outros países atingidos pela pandemia, e tem seguido um caminho semelhante para aliviar os efeitos da crise e acelerar a recuperação — dentro de suas possibilidades fiscais.


Para José Luiz Machado, esse é o momento de ter uma visão de longo prazo e pensar positivo, já que o governo está dando a resposta esperada e a economia também será priorizada. 


Apesar das dificuldades, o Brasil tem sua inflação controlada, as bolsas já mostram sinais de recuperação com os pacotes emergenciais e há recursos humanos e tecnológicos para retomar o fôlego após a fase mais aguda.


Com isso, mesmo os setores mais afetados como a indústria e segmentos que dependem de insumos importados devem se reerguer, e ter um horizonte otimista é essencial para dar os próximos passos. 


Por isso, o melhor a se fazer agora é aproveitar a quarentena para revisar processos e estruturas da empresa, corrigir vulnerabilidades e garantir um retorno competitivo — ou, nas palavras de Machado, se preparar para “voltar ao jogo com mais vontade de vencer”. 


Se precisar de apoio profissional para atravessar esse período crítico, a Gerencial Auditoria e Consultoria está disponível para ajudar na área contábil, financeira e trabalhista.


É só chamar no WhatsApp para continuar essa conversa sobre o cenário econômico do Brasil e possíveis caminhos para o seu negócio.
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